sexta-feira, 4 de maio de 2012

Inclusão Escolar, isso pode acontecer!!

Recebi um pedido especial, e vou atende-lo hoje! Vou falar um pouco sobre a vivência escolar do Gu.

Coloquei o Gu na escola este ano, foi facil?! Sim, não vou hipócrita a ponto de não contar exatamente a verdade aqui. Meus sogros já tem um escola há muito anos aqui no bairro(eu agradeço a Deus essa sorte!), nunca houve nenhuma criança especial nela. Quando descobrimos as dificuldades do Gu, logo fiquei aliviada nesta parte, pois sabia que poderia então fazer com que ele fosse para uma escola regular. Esperei como todas as mães, ele completar 3 anos e então iniciei sua matricula. Comecei a correr atrás de uma mediadora, até então, eu iria arcar com essa parte. Até que os diretores (avós), me chamaram e conversaram comigo a respeito de lei, e disse que a escola que deveria arcar com esta parte, pois a partir do momento que se aceita uma Criança Diferente, é dever da escola ter mobiliário e ainda uma professora extra. Fiquei mais uma vez aliviada com isto. Mas não pensem que lá o Gu tem mordomias pq não tem, é tratado como todos, assim como sua irmã que esta na sala dele também.
Vou confessar a todos, que eu estou com muita esperança, neste mesmo ano tem um rapaz (adolescente), que é cadeirante lá no colégio. A escola se adaptou para recebe-lo. Então este ano, tem dois deficientes lá. E só não tem mais pois, não houve procura de mais nenhum.

A Mediadora que o Gu tem, é uma pessoa muito calma, cuidadosa e atenta. Ele gosta muito dela, muito mesmo. Ela auxilia nos trabalhos, na locomoção, na higienização, em tudo. Ela não tem curso de mediação ainda, mas em breve vai ter. Quando estava a procura de uma mediadora, tive várias candidatas, de vários preços e profissões, de Fisio até Pedagoga. Quando perguntava o que ela fazia, a resposta era robótica "auxilia-lo". E quando eu indagava: " e se ele pedir para ir no banheiro." escutava assim: " tem que ter uma baba.!" Oi?!?! baba?!?!. Tem gente que faz isso de coração, mas tbm tem gente que faz de olho grande!

Enfim, estamos nos adaptando a essa rotina de escola, e eu estou feliz em ver que essa porta da inclusão, não irá se fechar! Está abrindo para ficar, sempre!!

Uma coisa eu falo, quem visa fazer uma faculdade para lidar com Crianças especiais só visando em Dinheiro, tá lascado! Aqui se faz, aqui se paga!

3 comentários:

Mariana disse...

Grazzi, me desculpe externar a minha opinião aqui. O meu objetivo é mostrar um outro lado de uma mesma história, e creio que juntos neste debate estaremos de fato rumando a caminho da verdadeira inclusão para todas as crianças, algo que infelizmente ainda não é uma realidade...Nem aqui nem em vários países.

Falo como pedagoga e militante pela inclusão. Primeiramente devemos considerar a importante questão: por que a inclusão não deu certo ainda? Não creio que exista um motivo único, mas a soma de fatores como o preconceito enraizado em nossas mentes ( ainda que neguemos, todos esses séculos de uma concepção de que o que não é “perfeito” não serve deixou sequelas na sociedade), o despreparo dos profissionais em educação, a falta de um debate onde todos os lados sejam levados em consideração, as turmas numerosas, os custos para adequação e salários dos auxiliares.

Eu não sou proprietária de escola, dou consultoria a três escolas da rede privada onde estudam crianças portadoras ou não de deficiências. Já fui professora também. Fiz curso de pedagogia, especialização e mestrado em uma universidade federal, estudei fora do país por dois anos pesquisando sobre a inclusão escolar de crianças portadoras de necessidades especiais. Quando você falou que contactou candidatas a mediadoras, entre elas fisios e pedagogas, me parece que se sentiu incomodada com a negativa em realizar atividades que não são inerentes à profissão das mesmas. Não estou desqualificando essas funções, mas o trabalho de uma pedagoga se refere à mediação entre o aluno e o saber. A higiene, a alimentação, etc, são trabalhos para uma cuidadora. Eu mesma já fiz e faço se necessário a higiene de alguns alunos e não vejo nada de mais nisso (algumas vezes durante o atendimento individualizado surge a necessidade de ir ao banheiro ou troca de fraldas e não vejo motivos para chamar o cuidador – faço isso com o carinho e a dedicação que toda criança merece receber), mas estou ciente de que o faço porque existe uma necessidade naquele momento ou por minha vontade. O meu trabalho é na parte pedagógica. Assim como sabemos que durante uma visita de rotina de um médico a um paciente internado, se ele necessitar de ser higienizado, os técnicos em enfermagem serão chamados para exercer uma função que é deles e não do médico. Sei que arcar com os custos de ambos (pedagogo e cuidador) é complicado. Na minha opinião o professor da sala deveria ser o responsável pela parte pedagógica e o cuidador ou auxiliar de sala para as outras atividades e necessidades.

Espero que você entenda a minha posição. O meu objetivo não é levantar polêmica, mas levar algumas questões em consideração. Acho que nessa troca sempre quem sai ganhando é a criança porque a inclusão escolar envolve muitos fatores que devem ser levados em conta. Gosto muito de acompanhar blogs como o seu porque estamos vendo a questão da escolarização das crianças sob a ótica dos familiares, que nem sempre são ouvidos e respeitados.

Enfim, espero que o seu gatinho seja muito feliz na escola e que um dia a inclusão aconteça para todos.

Gêmeos Diferentes!! disse...

Olá Mariana,
Fico feliz por você mostrar seu lado, aqui na nossa escola nós estamos sim nos adaptando para receber no futuro mas Portadores de necessidades especiais. Pois quando se tem uma criança em nossa vivência a visão muda, e sabemos que é trabalhoso, tem custos altos. Mas sabemos também que há crianças a espera disso, nós olhamos com o olhar da familia em relação a escola, eu de coração espero que possamos receber estas crianças sem custo adicional. Em relação as mediadoras, me incomodou sim, pois uma professora trabalha a manhã inteira, faz tudo, como esplicar, coordenar, tomar conta de 20 crianças, sem nenhum tipo de "mordomia" (não digo que as mediadoras tenham isso, quis esclarecer em relação a trabalho intenso.). Quando falamos de mediação de apenas 1 criança, eu vejo que tenha uma entrega total da mediadora. Para mim a mediadora faria tudo em relação ao meu filho, fiquei sim incomodada pois me dou com gente que só quer lucrar. Quando me deparei com este problema logo procurei uma auxiliar de turma, e tem dada MUITO certo, ela é totalmente carinhosa, prestativa e além de tudo é pedagoga, além da escola ela auxilia em casa. Bom é isso! Volte sempre aqui... Beijoos!

Anônimo disse...

Olá! Me chamo Débora Kelly, sou supervisora de um Colégio de Aplicação particular e mãe de uma criança com NEE.
Vc citou que existe uma lei que, no momento em que a escola aceita a criança ela deve arcar com todas as necessidades da mesma. Já li várias leis referente a essa questão, mas nada igual a isso. Gostaria que pudesse enviar tal Lei, para garantir o sucesso do ingresso dessas crianças em nossa escola. Isso seria possível?
Aguardo ansiosa seu retorno!